terça-feira, 11 de outubro de 2011

Caí

Corro, corro... Mas não saio do lugar. Alguma coisa prende minhas pernas, meus pensamentos e meu coração. Um efeito desagradável me corrói no peito, estragando o que ainda sobrou de mim. São tantos sentimentos misturados e na hora de agir, paro!
Não sei como cheguei a esse ponto de visualizar tanto e esquecer da verdadeira reação. Sempre observei e tentei ajudar, mas no fim, esqueci de mim mesma. Esqueci que atrás de cada escama existia lama e sujeira. Me encontrei pobre, fria e sem nada para mostrar.
Me joguei numa escuridão, e me recusava encontrar alguma luz. É mais confortável estar no escuro sem ter pelo que cobrar e por onde engatinhar. Esperei a luz se iluminar sozinha, o chão se aproximar de mim. Mas eles nunca vinham, nunca vinham.
Comecei a rastejar, implorar e a chorar. E em cada rastejo uma parte de mim ficava, cada vez que eu implorava perdia minha voz, e em cada choro perdia minha visão.
Não sobrou nada, que se deva relembrar e nada que alguém se lembre.
Afastei tudo de mim, já é tarde de mais. Caí.

11/10/2011