quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Prévia

Hoje, o que me tornei?
Tornei-me previsível e quase inexistente.
Agora, chega a hora de ver todo o passado e tentar esticar o que ainda é presente. Enterrar as sobras da exatidão. Tornar as cicatrizes em uma bela marca, a obra de uma vida. Alimentar os animais desse lugar, com algo verdadeiramente único e seco.
A exaustão alcança a mentira por não ter mais o que inventar. Alcança também, a ingratidão de uma vida, que não soube mais onde reconhecer o que era verdadeiro e nem o que era amar.
São tantos os sabores sentidos, que na boca, já não se sente mais o doce e nem o amargo.
São tantos também, os momentos vividos intensamente e que são importunos para falar agora.
Já me calo, pois sim, já chegou à hora. Só deixo aqui neste lugar, o que foi prévia da vida de algum ser recriado em algum momento de exaustão, transformado pura e simplesmente em ingratidão.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Tanto faz..

Tanto faz se os olhos já não podem sentir. E se o que resta é pensar.
O que entendo, é sobre o que vi e também o que eu senti.
Agora vejo algum lugar, onde o que existe são apenas contradições.
Um lugar que abafa o ar e que ao mesmo tempo, faz com que possamos respirar.
São tantas saídas e tantos encontros, mas nenhum deles sacia o desejo de todos.
Poderíamos pensar, correr, gritar, chorar, falar...Poderíamos ser e fazer o que quiséssemos, mas não somos e nem fazemos.
Com o um olhar parado, frio e intenso, procuramos dentro de nosso grito a saída que não enxergamos. Assim, continuamos pensando, pensando e pensando... E de alguma forma, semeando nossa esperança, que ainda restou dentro de nós.